Um motivo frequente de consulta é a erupção polimorfa solar, vulgarmente chamada de “alergia ao sol”. Surge sobretudo na Primavera e Verão e inicia-se horas ou dias após exposição solar com aparecimento de pápulas e/ou vesículas particularmente no pescoço, área do decote, ombros e membros superiores. Pensa-se que a radiação ultravioleta modifica a estrutura de algumas proteínas da pele, que passam a ser consideradas estranhas ao organismo, pelo que o sistema imunitário reage contra elas.
Os doentes com história de alergia ao sol devem evitar as exposições intempestivas, é fundamental que a exposição ao sol seja cuidadosa e muito gradual, para tentar evitar o despertar da reacção alérgica. A utilização de protector solar de factor elevado (50+) é fundamental, mas muitas vezes insuficiente. Os casos mais severos podem beneficiar com a fototerapia preventiva, nomeadamente com radiacção ultravioleta B (UVB de banda estreita), a qual deverá ser iniciada cerca de 1 mês antes da data previsível para o início das férias / exposição solar. Em alternativa existem medicamentos que também podem atenuar a “alergia ao sol”.
É comum que a “alergia ao sol” se torne um problema recorrente, ano após ano, ameaçando estragar as férias a quem dela padece. Na falta de um tratamento curativo, o tratamento preventivo e a exposição solar cuidadosa terão de ser repetidos ao longo dos anos.
Um tipo diferente de “alergia ao sol” é a fotossensibilidade induzida por medicamentos. Diversos antibióticos, anti-inflamatórios, medicamentos para a hipertensão arterial, etc., podem despertar reacção de tipo alérgico ou de tipo queimadura nas zonas expostas ao sol. O seu médico poderá esclarecê-lo em relação ao risco de fotossensibilidade dos medicamentos que toma.