A dermatite atópica, ou eczema atópico, é uma doença da pele que afeta sobretudo as crianças mas também alguns adultos. Caracteriza-se por pele seca, prurido e manchas vermelhas na pele, muitas vezes com feridas resultantes do ato de coçar.
Pode ser o primeiro evento da chamada marcha atópica. Nesta marcha podem, posteriormente, surgir outras doenças no espectro da atopia, como a asma e a rinite alérgica.
A doença tem uma base genética, que se traduz em alterações da função barreira da pele e disfunção do sistema imunológico, que se influenciam mutuamente. Esta base genética condiciona uma predisposição para a pele seca, prurido e inflamação crónica recorrente.
Durante o inverno, o frio e a redução da humidade no interior das habitações aquecidas pode aumentar a secura da pele e agravar a dermatite atópica.
O cuidado com a pele atópica implica:
- Hidratar a pele, através de aplicação de creme hidratante, imediatamente após o banho (se a pele estiver muito seca, aplicar hidratante duas vezes por dia);
- Banho rápido (5 a 10 minutos) com água tépida, usando gel de banho adaptado à pele atópica;
- Preferir roupas de algodão em contacto com a pele;
- Evitar excesso de roupa ou ambientes muito aquecidos, já que a transpiração pode irritar as lesões e agravar o prurido. Após atividade física com transpiração, tomar duche rápido e aplicar creme hidratante;
- Manter as unhas curtas, para evitar arranhar a pele;
- Se surgirem áreas inflamadas, irritadas e com muito prurido, pode ser necessário recorrer a medicamentos para aliviar a comichão e tratar a inflamação. Para este efeito, os cremes com cortisona são por vezes necessários e, se aplicados com critério, sob supervisão médica, são muitos úteis e têm pouco risco.
Para os casos severos de dermatite atópica, existem diversos tratamentos que devem ser indicados por médico dermatologista. Estão também a surgir novos fármacos, incluindo os chamados agentes biológicos, que permitirão um melhor controlo das situações mais graves.